Depoimento gentilmente cedido por Marco José Souto, mais conhecido como “Zé do bicho”. Não me responsabilizo por suas opiniões aqui publicadas. Sua divulgação tem apenas fim entretecedor.
Se tem algo que possa fazer a mensura mais apurada de um homem de verdade além do coração, esse algo é o saco! Tal órgão é a maior, senão a mais completa ponte de comunicação entre o ego e o coração. Por exemplo, um homem, ao desembarcar de seu carro do ano, em meio a uma festa, com cordões e pulseiras de ouro, fumando um cigarro e atendendo uma chamada ao seu Nextel, tem um orgasmo múltiplo no ego. O ápice é atingido quando ele se vira costas pro veículo e aciona a trava à distância (Que delícia!). Nesse momento seu saco está a ponto de explodir. Seu ego transborda mais que o copo de chopp. O colarinho da camisa social perde feio pro colarinho do chopp.
Quando um desenfreado exibido pára ao seu lado no semáforo te olha excitadamente pela janela, acelerando seu carro 1.0, te chamando pra um racha, você gentilmente mantém os olhos no dele, e fecha o vidro em sua cara movendo só o polegar (O resto do corpo tem que estar estacado), e assim, sai devagar, como um faquir em seu tapete voador. Nesse momento, seria útil ter no banco um “porta-saco”, pois ele cresce tanto a ponto de cair no assoalho.
Na cama, a mulher grita horrores até o fim, louca de prazer. Depois deita em seu peito, rindo como uma criança, e diz que você foi maravilhoso (Opa! Segura o saco que ele pode sair pela janela voando! E vai ser complicado correr na rua com o saco pra cima, afinal nunca deixe o saco ficar mais alto que a razão do pensamento). Você olha pra ela com um sorriso meia boca, ela espera que você diga o mesmo, mas você faz sinal de silêncio com seu próprio dedo na boca dela e sai de costas pro banheiro pra tomar banho sozinho. Carregando seu saco em baixo do braço pra não arrastar no chão...
“Ser homem é muito bom... Mas ser homem... E sacudo, é bom pra caralho...”.
Contos, fatos ou apenas opiniões degustadas em copos de boteco, repousadas em bancos de coletivos e amassadas em meio a multidões. Aqui se fala de amor, se fala de horror e se fala da verdade nua e crua censurada a quem vê, mas não enxerga, cozida a fogo brando, temperada a ferro e brasa. Forjada pelo martelo de um juíz de si mesmo que contempla o processo eterno da vida. Sem intimar testemunhas, sem punir os réus, numa prisão domiciliar da pequena cela em sua mente...
quinta-feira, 14 de maio de 2009
sexta-feira, 1 de maio de 2009
O senhor de suas verdades
Conheço suas omissões. Posso vê-las mesmo sem adentrar em sua alma pela porta da frente, esses olhos baixos como de criança que acabara de mentir. Elas refletem sobre a mesa que junta suas mãos desamparadas, mesmo vendo inversamente, compreendo cada tentativa de se mostrar orgulhosa de si mesma. Mas não me esforço pra virar as costas e olhar pra trás e vê-la, perdida em seus pensamentos, em que acabara de ouvir meia-dúzia de suas verdades. Daquilo que renega, mas que deseja e te faz livre como como um pássaro que carrega a menta no bico... A verdade em sua boca, deixando seu rastro de felicidade. Mas prefere a se conter em seus valores que na verdade deve aos outros. Que jogam no mesmo time de aparências intocáveis, e razões absolutas, mas que quando são postas ao travesseiro, admirando o teto de seus quartos, veêm o quanto são infelizes a troco de viver em harmonia com a ética da máfia dos seres publicamente sociais. E assim perdem o que a vida tem de melhor, e enterram consigo em seus jazigos, seus valores conquistados com mentiras que apodrecem mais rápido que seus corpos na terra mais fria que seu coração, quando se negou a me amar como te amei.
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