sexta-feira, 10 de abril de 2009

A arte de recomeçar

Foi como uma força que te corta toda a libido. Te toma em tênue nostalgia. O sofá da sala parece te engolir, e afaga seus cabelos com uma língua fria e áspera. E assim, você se entrega. Deixa a barba por fazer, veste as mesmas vestes quando toma um banho quente, e fica ali, horas a pensar. Se não fosse a beleza da vida, até pensava em se matar.
Então se vê numa vida linear, pronto a afirmar que é o fim, que acaba assim, num estalar de dedos.
Mas aí, a coisa muda. Aparecem coisas belas, que dão pulos aos seus pés (belas palavras Fabiana), músicas aos seus ouvidos, que te tomam como um banho frio num fluxo contínuo, como um menstruação de idéias férteis. Que te motivam como se tivesse um filho, pronto a nascer de sua cabeça. Agora iluminada pela maravilhosa necessidade de recomeçar.

Já desisti por um tempo, mas o tempo não me deixa ir.

...Fecha aspas

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