Contos, fatos ou apenas opiniões degustadas em copos de boteco, repousadas em bancos de coletivos e amassadas em meio a multidões. Aqui se fala de amor, se fala de horror e se fala da verdade nua e crua censurada a quem vê, mas não enxerga, cozida a fogo brando, temperada a ferro e brasa. Forjada pelo martelo de um juíz de si mesmo que contempla o processo eterno da vida. Sem intimar testemunhas, sem punir os réus, numa prisão domiciliar da pequena cela em sua mente...
sábado, 13 de junho de 2009
Todo mundo é parecido quando sente dor
Fazia meses que não assistia TV, aliás, desde o desmame da infância, nunca mais senti saudades dela. Semana passada, resolvi fazer as pazes com o controle remoto e liguei a dita cuja. Logo, fui surpreendido por um plantão de um tele-jornal sobre a queda do avião da Airfrance (que Deus o tenha). A matéria estava focada na dor e sofrimento de amigos e familiares das vítimas, em que o repórter parecia excitado em mostrar as lágrimas do outros bem de perto. A princípio ignorei. “Pessoas morrem a todo canto e a todo instante e ninguém se importa”, pensei. Afinal, nunca gostei do ar de superioridade dos franceses, Mas a cena acabou me chamando a atenção. A expressão daquelas pessoas parecia purificada, era a dor verdadeira, que as desmembram de qualquer classe social, nível cultural, beleza exterior ou mérito nacionalista. Eram apenas seres humanos, como todos deveriam ser a todo instante, esquecendo dessas linhas que nos separam, e mostrando compaixão. Logo, perceberam que estava sendo filmados, secaram rapidamente as lágrimas e esconderam seus olhos atrás de seus D&C’s, Armani’s e etc. Voltaram a ser franceses e eu voltei a ser brasileiro. Desliguei aquele monstro que acabara de me hipnotizar e fui fazer um misto quente, totalmente despreocupado.
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