terça-feira, 25 de maio de 2010

O prazer descartável

Romero estava por baixo e assistia Alicia cavalgar como uma amazona grega. Entediado, ele pensava em seu processo de divórcio, tão demorado quanto a chegada do orgasmo de sua parceira, que chegado, cravou as unhas em seu peito, provocando profundas marcas. Ela gritava, jogava os cabelos ao ar, mordia os lábios, se deliciando. Romero virou-a e atirou seu corpo pesado sobre a frágil Alicia, dando-lhe fortes investidas, fazendo a jovem emitir algo entre choro e riso eufórico. Até que sentiu seu corpo enfraquecer e foi tomado pelo prazer. Diminuiu seu ritmo até parar completamente, recostando-se a cama. Alicia deitou a cabeça em seu abdômem. Ele olhava seu reflexo no espelho acima, junto a uma bela figura feminina. Aconchegou Alicia em um travesseiro e se levantou, dirigindo-se até a janela do quarto. Acendeu um cigarro e apreciou a lua minguante por entre as venezianas. A cada trago, sentia a noite cair como as cinzas ao chão do Lucky Strike em seus dedos. Romero olhou pra Alicia deitada como uma prostituta, sentiu nojo. Romero olhou pra si mesmo, sentiu orgulho.

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